Atualmente, a área ocupada pela cana sacarina na Madeira ronda os 172 ha. Os canaviais e os engenhos em laboração são um atrativo turístico e as tradições regionais históricas baseadas nesta cultura mantêm-se vivas.
Mas nem sempre foi assim. Como todas as coisas de valor, o Rum da Madeira tem uma longa história, nem sempre fácil, nem sempre previsível, mas perseverante. Daí terá nascido o seu espírito raro, impossível de imitar, que seduz os verdadeiros apreciadores.
Séc. XV
1419
Descoberta da Ilha da Madeira pelos navegadores portugueses João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrello.
1425
Inicio do povoamento. A introdução da cana de açúcar fez-se através de estacas provenientes da Sicília.
1466
Devido às condições edafoclimáticas, o açúcar torna-se a principal produção da Madeira. É exportado para Portugal Continental, Golfo da Guiné e África e alcança ainda os mercados do Mediterrâneo e do Norte da Europa.
Com a abundância de matéria-prima, nasce neste século na Madeira a tecnologia – atualmente usada em todo o mundo – para produzir e transformar cana sacarina em açúcar, mel, rum e álcool.
Séc. XVI
A produção excedente de cana-de-açúcar, a exaustão dos solos e a concorrência da cana-de-açúcar do Brasil, conduzem a uma crise.
Séc. XVII
Doença dos canaviais. Para contornar a situação e a concorrência, a Madeira investe noutras culturas, como a vinha, a cidra e outros frutos. A moenda da cana sacarina diminui consideravelmente.
Séc. XVIII
O cultivo da vinha é a aposta preferencial, o espaço dos canaviais continua a diminuir.
Séc XIX
Na primeira metade do século, as pragas da vinha criam a necessidade de recuperar outras culturas. Ressurge então o cultivo da cana sacarina e reconstroem-se os canaviais com novas variedades. Porém, na segunda metade do século um fungo ataca os canaviais, destruindo-os quase por completo.
No entanto, no final do século a cultura da cana de açúcar entra novamente em expansão, servindo a indústria açucareira e o fabrico de rum agrícola. Surgem os primeiros engenhos de destilação de aguardente de cana de açúcar na Ilha.
Séc XX
Anos 30
A cultura da cana sacarina, que ocupava uma área de 6500 ha, volta a decair devido à delimitação das zonas agrárias e mantém-se em decréscimo durante a segunda metade do século XX.
Anos 80
Depois do encerramento de várias unidades industriais importantes para o escoamento da produção, a área de cultivo diminui até aos 90 ha. Os agricultores voltaram-se para outras culturas.
Séc. XXI
Dá-se um impulso na produção de cana sacarina. Há maior procura de Rum da Madeira, apoio técnico às plantações e novos incentivos à produção e transformação por parte do Governo Regional. Também se incrementa e defende os derivados, permitindo assim manter vivo todo um universo histórico, patrimonial e económico típico desta terra.
Apanha de cana-de-açúcar, concelho do Funchal – Anterior a 1905 (Fotografo: Joaquim Augusto de Sousa) Interior de fábrica de aguardente de cana-de-açúcar (engenho) não identificada – Entre 1871 e 1905 (Fotografo: Joaquim Augusto de Sousa) Apanha de cana-de-açúcar, freguesia de Santa Luzia, concelho do Funchal – Anterior a 1905 (Fotografo: Joaquim Augusto de Sousa) Apanha de cana-de-açúcar, em local não identificado – Anterior a 1905 (Fotografo: Joaquim Augusto de Sousa) Apanha de cana-de-açúcar, em local não identificado – Anterior a 1905 (Fotografo: Joaquim Augusto de Sousa) Fábrica do Torreão na rua da Princesa (atual rua 31 de Janeiro), freguesia de Santa Luzia (atual freguesia do Imaculado Coração de Maria), concelho do Funchal – Entre 1897 e 1905 (Fotografo: Joaquim Augusto de Sousa) Apanha de cana-de-açúcar, na zona entre São Martinho e Câmara de Lobos – 1906 (Fotografo: Alexander Lamont Henderson) Apanha de cana-de-açúcar, freguesia de Santa Luzia, concelho do Funchal – Anterior a 1905 (Fotografo: Joaquim Augusto de Sousa) Interior da fábrica de aguardente de cana-de-açúcar (engenho) na ponte do Deão, freguesia de Santa Luzia (atual freguesia do Imaculado Coração de Maria), concelho do Funchal – Anterior a 1905 (Fotografo: Joaquim Augusto de Sousa) Apanha de cana-de-açúcar, no concelho do Funchal – Anterior a 1905 (Fotografo: Joaquim Augusto de Sousa) Plantação de canas-de-açúcar em local não identificado no concelho do Funchal – 1940-12-16 (Fotografo: Photographia Vicente) Plantação de canas-de-açúcar em local não identificado no concelho do Funchal – 1940-12-16 (Fotografo: Photographia Vicente) Plantação de canas-de-açúcar em local não identificado no concelho do Funchal – 1940-12-16 (Fotografo: Photographia Vicente) Plantação de canas-de-açúcar em local não identificado no concelho do Funchal – 1940-12-16 (Fotografo: Photographia Vicente) Plantação de canas-de-açúcar em local não identificado no concelho do Funchal – 1940-12-16 (Fotografo: Photographia Vicente) Interior da “Fábrica do Torreão”, freguesia de Santa Luzia, concelho do Funchal – Entre 1920 e 1940 (Fotografo: Perestrellos Photographos) Interior de um engenho – Entre 1920 e 1940 (Fotografo: Perestrellos Photographos) Apanha de cana-de-açúcar, freguesia de São Martinho, concelho do Funchal – 1955-04-22 (Fotografo: Perestrellos Photographos) Apanha de cana-de-açúcar, freguesia de São Martinho, concelho do Funchal – 1959-05-19 (Fotografo: Perestrellos Photographos) Apanha de cana-de-açúcar, freguesia de São Martinho, concelho do Funchal – 1959-05-19 (Fotografo: Perestrellos Photographos) Cilindros de moer cana de açúcar da “Fábrica do Torreão”, freguesia de Santa Luzia, concelho do Funchal – Entre 1920 e 1940 (Fotografo: Perestrellos Photographos) Apanha de cana-de-açúcar, freguesia de São Martinho, concelho do Funchal – 1951-04-22 (Fotografo: Perestrellos Photographos) Plantação de canas-de-açúcar em local não identificado no concelho do Funchal – 1940-12-16 (Fotografo: Photographia Vivente) Cilindros de moer cana de açúcar da “Fábrica do Torreão”, freguesia de Santa Luzia, concelho do Funchal – Entre 1920 e 1940 (Fotografo: Perestrellos Photographos) Apanha de cana-de-açúcar, freguesia de São Martinho, concelho do Funchal – 1951-04-22 (Fotografo: Perestrellos Photographos)